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segunda-feira, 31 de março de 2008

UMA GRANDE CAGADA NA VIDA

SE CONTASSE ISSO EM 1ª PESSOA FICARIA ALGO ASSIM:

...Tentei "pacientemente" abrir a porta do ap, havia esquecido que o miolo da chave estava "defectivo"... enquanto meus intestinos ardiam de pura ansiedade, porém eu me contrariava menos com eles que pela curiosidade da vizinhança, pois o ruído de uma fechadura inadimplente e o fantasma da fedentina subindo já sugeriam pânico geral aos sentidos, já que, desse jeito, logo os olhos mágicos me encarnariam feio...

MAS... COMO SOU MODESTO:

Pedro chegou ao ponto de ônibus, sábado de manhã, ressaca, estava a quinze minutos de uma reunião importante e sentiu uma leve cólica junto a uma certa pressão na porta do cu... pensou: "dá pr'aguentar até o trampo!" A porra da dor aumentou pra caralho depois desta frase. Suores, suores, suores, calafrios, calafrios... uma disfarçada perante as seis testemunhas que ali estavam, como se algo tivesse sido esquecido em casa... uma pequena acelerada depois da primeira esquina... respiração funda, calafrios, gnose, auto-conhecimento, "concentração", "puta que pariu": estas coisas sempre surgem em tais momentos! Portaria do prédio, "disfarça", o cara olha pra você estranho, "esse mané acabou de se despedir, já de volta, hum-hum: tá fedido!"

"Vou pelas escadas, não tem câmeras! Merda, e se a chave encasquetar logo agora, aquele miolo está pra ser trocado há um tempão!" Chegou ao ap com a chave na mão e a bosta à porta. Não conseguia abri-lo e as tripas queimavam, será a dor do parto? Um volume crescia pra fora das entranhas, o suor aumentava junto ao receio dos vizinhos no olho mágico... "devem estar todos ali... fudeu, tá escapando! abre, porta desgraça..." abriu/caiu! O calor aumentava nas pernas e enchia a meia... o que transbordou fez um rastro até o banheiro... ainda vacilei entre o social e a suíte, mas, pra este, o rastro seria maior, logo, o trabalho de limpar, também!

Sentado no vaso, agora olhava com certo orgulho e alívio pra boa parte do filho que ficou mesmo pelo chão e podia ser visto de onde ele estava, lembrou do exato momento da fecundação: brócolis, repolho, couve, batata, cenoura, quiabo... carne seca e bife de panela, tudo ao molho... "bem que a Ana Maria Braga sempre recomenda uma refeição balanceada como boa pra saúde, pena que o efeito colateral não servirá de desculpa pro meu atraso. Se bem que... essa sensação [orgasmática] paga a cara feia do chefe!" Em tempo, começou a limpeza... o fedor triplicava, sensação de vômito, pinho sol, sensação de..., as calças brancas de molho, sensação... água sanitária... de quase-vômito... glup (tive que engolir, já tava com pressa novamente)!

De volta ao ponto de ônibus me veio a genial idéia que mudou minha vida:



6 comentários:

Josely Bittencourt disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mas esta sensação paga a cara feia do chefe?!

Mas hein... a maleta é super!!!

Gabriela Galvão disse...

êhêhê... Maleta tipo a q o Colméia usava p/ fazer pique-nique no Parque Guinle!!!

Josely Bittencourt disse...

Ah, orgasmática...entendi agora...Pura gnose e um texto inquieto!

GAZUL disse...

Escatológicos do mundo, uni-vos!

Vida vida noves fora zero disse...

"É fazendo cagadas que adubamos a vida""

arquiteliteraturas disse...

Taí, vc poderia (se já não o fez) tranformar isso no conto bem sacana. O título, já o vislumbro (numa divina epifania num palio pando de uma instalação sanitária): A CÁGADA: MEMÓRIAS E ESPERPENTOS DE UM CÁGADO.