UM ÔMNI GRAN DESC...


IIHORANDO!
Este blog existe como laboratório lúdico da palavra [ainda dá imagens!]. Nele caberá intensamente tudo aquilo que não se deve conter: chistes chutes odes ódios notícias de óbitos... parvosias. Tudo de caráter provisório de acordo com os hamores do protagonista, portanto: um decervisso para a humanidade: círvasse!
Um comentário:
E FOI ASSIM...
O tecido urbano antigo: a cidade, a urbe e o asilo. Cidade era associação religiosa e política de famílias e tribos; a urbe, o lugar de reunião, domicílio e, sobretudo, santuário da sociedade; e o asilo era uma espécie de casario, subúrbio, cortiço, onde as cabanas se construíam ao acaso, sem regras, sem nexo, porém, com muita rima.
COULANGES, Fustel de. A cidade antiga: estudo sobre o culto, o direito e as instituições da Grécia e de Roma. São Paulo: Lisboa: Livraria Técnica, 1971. 556 p.
Ah, mas isso é passado... Evoluímos, e não repetimos mais essa comsumação de cortiços, soul, lingua na xoxota e ... Que o diga Álvaro de Campos, em Pessoa, na Ode Triunfal:
"Ah, e a gente ordinária e suja, que parece sempre a mesma,
Que emprega palavrões como palavras usuais,
Cujos filhos roubam às portas das mercearias
E cujas filhas aos oitos anos – e eu acho isso belo e amo-o! –
Masturbam homens de aspecto decente nos vãos de escada.
A gentalha que anda por andaimes e que vai para casa
Por vielas quase irreais de estreiteza e podridão.
Maravilhosa gente humana que vive como cães,
Que está abaixo de todos os sistemas morais,
Para quem nenhuma religião foi feita,
Nenhuma arte criada,
Nenhuma política destinada para eles!
Como eu vos amo a todos porque sois assim,
Nem imorais de tão baixos que sois, nem bons nem maus,
Inatingíveis por todos os progressos,
Fauna maravilhosa do fundo do mar da vida."
PESSOA, Fernando. Poemas escolhidos. São Paulo: Klick, 1997. 191 p.
O poeta zomba do que não existe... Não evoluímos, Gaza?
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